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Tráfego de internet deve triplicar no Brasil até 2019

29 MAI 2015

Os serviços de streaming de vídeos e a grande oferta de conteúdo disponível nesses formatos deve levar a internet a números hiperbólicos até 2019. É essa a conclusão da 10ª edição do Cisco Visual Networking, uma sequência de estudos que analisa o total de dados trafegados pela rede. Somente no Brasil, até 2019, esse número deve chegar a 53 exabytes por ano, ou seja, 53 bilhões de GBs.

A expectativa é que o crescimento das redes por aqui e a entrada de cada vez mais pessoas na internet, além de um aumento na utilização por aqueles que já estão na rede, gerarão esse número. Além disso, espera-se que o total de tráfego online duplique ao longo dos próximos quatro anos, chegando a um total de dados que equivale a todos os filmes já produzidos no mundo.

 

Esse aumento todo também deve se dar pelo crescimento do consumo de streaming de vídeo por aqui. No Brasil, esse aumento deve ser de 24% ao ano a partir de 2015, com 3 exabytes de conteúdo desse tipo transmitidos todos os meses pelas redes brasileiras. Enquanto isso, nas empresas, o grande destaque serão os sistemas de videoconferência, que devem ter um aumento de 23,5% em sua utilização na medida em que as empresas encurtam as distâncias e fazem uso de ferramentas desse tipo para reduzir os custos com viagens e deslocamento de funcionários.

 

Quando se fala em tráfego global, por exemplo, as estatísticas são ainda mais gigantescas. A soma de todo o tráfego em redes IP até 2019 deve alcançar absurdos 2 zetabytes, ou, trazendo para um número mais próximo de nós, 2 trilhões de GBs. Para se ter uma ideia, o mundo levará mais de 22 anos – de 1984 até 2016 – para atingir o primeiro zetabyte. Agora, deve chegar ao dobro disso em apenas três anos.

E há outro grande player comedor de banda que vem contribuindo bastante para que o consumo de dados cresça absurdamente em todo o planeta – e não, não estamos falando de nomes como Netflix e YouTube: a Internet das Coisas. Sendo mais específico, os sistemas de vigilância conectados, que permitem a visualização de câmeras de segurança em tempo real.

 

De acordo com o estudo, isso se deve ao fato de que, ao contrário dos serviços comerciais de streaming, plataformas desse tipo não contam com sistemas de otimização de banda. Enquanto Netflix e YouTube, por exemplo, investem em tecnologias que reduzem ao máximo a carga sobre os próprios servidores, os fabricantes de produtos da Internet das Coisas ainda não possuem essa preocupação, o que acaba ampliando de forma significativa o consumo da rede na medida em que tais equipamentos vão se tornando mais populares.

 

Por fim, a pesquisa da Cisco revelou um dado curioso: o aumento no número de funcionários trabalhando remotamente ou de casa está mudando as coisas quando o assunto é a voz sobre IP. Se hoje a divisão desse segmento é de 20% para o mercado corporativo e 80% para o consumidor final, a balança deve pender ainda mais para a segunda categoria, com números que devem chegar a, respectivamente, 18% e 82% até 2019. Hoje, as tecnologias VoIP correspondem a 20% do total trafegado em todo o mundo, um número que não dá sinais de que vai cair tão cedo.

 

Fonte: Convergência Digital